Sobre o Sagrado Feminino




Esta Primavera tem sido alucinante e entre projectos e ideias, pisquei os olhos e já se passou um mês. UM MÊS!
O Beltane foi celebrado em casa, dançando pelos quartos e corredores (playlist abaixo), e com flores frescas no altar.
Entretanto, Akelarre! Já ouviram falar? Já nos ouviram falar? É um podcast novíssimo com três locutores portugueses e pagãos que debate temas atuais dentro do Paganismo. Se não ouviram, espreitem o primeiro episódio aqui.
Entretanto, um ano! Um ano! A cria fez um ano depois do dia da mãe!!! Porque o meu dia da mãe de 2018 foi celebrado em altas....dores de parto.
Já este dia da mãe foi passado entre iniciativas de diálogo interreligioso (vide aqui), o hospital para ver a matriarca (é mais rija do que admite) e a cria com o papá.
Uma palavra rápida sobre o dia da mãe. Durante algum tempo a minha celebração deste dia focou-se na Deusa Mãe, e hoje, já que o significado insuflou na minha vida, este dia representa memórias e honras a quem me permitiu nascer, crescer, e ser mãe.
Uma das coisas que mais reflicto é na ligação entre o espiritual e o social/político. Porquê? Porque é inevitável. Como pagãos abraçamos o feminino na Deusa, nas sacerdotisas, nas bruxas... E no dia a dia? Como nos alinhamos com este ideal de sagrado feminino? Trabalhamos com as mães que estão na nossa vida? Trabalhamos a nossa própria maternidade sob esta luz da sacralidade feminina? E os outros lados mais sombrios? A sacralidade feminina não se esgota na Mãe de dá a vida. Ela integra a Guerreira/Carrasca que a tira. A Rainha que a decide e julga. A Curandeira que a cuida. A Anciã que a contempla. A Amante que pratica. A Jovial que a celebra eternamente. A Louca que a transcende e se ausenta dela...tantas e todas. Porque nós somos o padrão em que participamos e que nos integra. Estamos micro e no macro. Somos ponte e margem.
Do ponto de vista político, muitos pagãos são sensíveis à luta pela equidade e paridade entre géneros. Porque ter duas manifestações complementares no altar, convida-nos a procurar esse equilíbrio à nossa volta. Eu assumo este desafio: o de procurar o equilíbrio entre os poderes à minha volta pelo meu bem e pelo bem da geração que me sucede.
Nos tempos que correm, a luta feminista tornou-se um foco de militância para muitos de nós. E temos muito trabalho pela frente. Este equilíbrio pede a participação de todos. Por isso, passado este dia da Mãe, convido-vos a pensar nas conquistas de direitos, na luta de todas as mães e pais pela justiça, pelo equilíbrio e pela saúde dos modelos que vamos dar aos nossos filhos, seja a partir do religioso e espiritual, seja a partir das nossas casas e cozinhas .


Mais sobre

Akelarre Podcast
https://akelarrepodcast.wordpress.com/sobre/

Playlist Beltane
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Pagãos e Feminismo
http://pluralism.org/religions/paganism/the-pagan-tradition/sacred-bodies/

https://www.patheos.com/library/pagan/ethics-morality-community/gender-and-sexuality